Possivelmente não seja necessário utilizar mais do que os dez dedos da mão para enumerar as personalidades artísticas negras que estampam seus rostos coloridos nos principais veículos de comunicação do Brasil. O que dirá então, apontar os artistas negros que realmente influenciam, ou influenciaram, seus pares país a fora, ditando moda, costumes e trejeitos.
É claro que este concorrido lugar ao sol, independente da cor, religião ou tostão do cidadão, deve ser conquistado, com doses extras de talento, dedicação e trabalho, principalmente para os que não se enquadram nos padrões de beleza estabelecidos na contemporaneidade e tão pouco são afortunados financeiramente.
Esse pedacinho quente da praia onde a luz brilha e o sol queima, também conhecido como sucesso, também pode ser comprado, como acontece em muitos casos. Afinal, no mundo moderno, com dinheiro, pode-se comprar muita coisa, quase tudo eu diria. O emprego, a modelo, o amigo e o cabelo, mas a felicidade e inteligência da população são alguns dos poucos valores que, ainda, não estão a venda.
Esta mesma sociedade capitalista que comercializa tudo o que vê, é a mesma que impõe uma série de obstáculos para seus irmãos de outras etnias, dificultando o acesso para que estes colocam a sua cadeira de veraneio para arder no sol das oportunidades. Por isso, para este grupo, o simples fato de aparecer já é uma conquista.
Tornar-se referência, porém, ao contrário da conquista da oportunidade (que as vezes pode até surgir sem muito esforço), só vem com a qualidade, trabalho e o famoso jeito pra coisa, também conhecido como dom.
O carioca Antônio Carlos Bernardes Gomes tinha esse dom, além de muitas outras qualidades artísticas. E foram por causa dessas prerrogativas que ele se tornou o Mussum, o cara que tinha tudo para ser apenas mais um, mas que pelo seu carisma (convenhamos, comum aos negros brasileiros) se tornou "o" número um, e roubou a cena daquele que talvez seja o mais importante grupo humorístico da história da TV brasileira, Os Trapalhões.
Musical, percussivo, alegre e espontâneo, o puro e verdadeiro estereótipo do homem brasileiro, Mussum, artista com A maiúsculo, fazia extremamente bem feito e com espantável naturalidade e sem muito esforço, tudo o que se comprometia a executar.
Na música, fundou e integrou durante anos Os Originais do Samba, daí o seu andar malandro, sua gíria suburbana e seu jeito simples de falar. No humor, marcou época. De coadjuvante, tornou-se ao lado do também genial Zacarias, a alma dos Trapalhões.
Apesar do estereótipo que com freqüência representava no humorístico, o do negro engraçado, bêbado e vagabundo, Mussum enobreceu a raça negra com seu talento e sua pulsante e veia artística.
O Kid Mumu da Mangueira, como ele mesmo se chamava, tirou onda e se esbaldou no sol que conquistou. Dos batuques na quadra da Escola de Samba Primeira Estação de Mangueira, passando pelo swing dos Originais do Samba até chegar ao seu humor espontâneo frente às câmeras da principal emissora do país, seu bronzeado ficará para sempre na história da TV e da música brasileira.
Cacildis! Quanta Saudadis!
É claro que este concorrido lugar ao sol, independente da cor, religião ou tostão do cidadão, deve ser conquistado, com doses extras de talento, dedicação e trabalho, principalmente para os que não se enquadram nos padrões de beleza estabelecidos na contemporaneidade e tão pouco são afortunados financeiramente.
Esse pedacinho quente da praia onde a luz brilha e o sol queima, também conhecido como sucesso, também pode ser comprado, como acontece em muitos casos. Afinal, no mundo moderno, com dinheiro, pode-se comprar muita coisa, quase tudo eu diria. O emprego, a modelo, o amigo e o cabelo, mas a felicidade e inteligência da população são alguns dos poucos valores que, ainda, não estão a venda.
Esta mesma sociedade capitalista que comercializa tudo o que vê, é a mesma que impõe uma série de obstáculos para seus irmãos de outras etnias, dificultando o acesso para que estes colocam a sua cadeira de veraneio para arder no sol das oportunidades. Por isso, para este grupo, o simples fato de aparecer já é uma conquista.
Tornar-se referência, porém, ao contrário da conquista da oportunidade (que as vezes pode até surgir sem muito esforço), só vem com a qualidade, trabalho e o famoso jeito pra coisa, também conhecido como dom.
O carioca Antônio Carlos Bernardes Gomes tinha esse dom, além de muitas outras qualidades artísticas. E foram por causa dessas prerrogativas que ele se tornou o Mussum, o cara que tinha tudo para ser apenas mais um, mas que pelo seu carisma (convenhamos, comum aos negros brasileiros) se tornou "o" número um, e roubou a cena daquele que talvez seja o mais importante grupo humorístico da história da TV brasileira, Os Trapalhões.
Musical, percussivo, alegre e espontâneo, o puro e verdadeiro estereótipo do homem brasileiro, Mussum, artista com A maiúsculo, fazia extremamente bem feito e com espantável naturalidade e sem muito esforço, tudo o que se comprometia a executar.
Na música, fundou e integrou durante anos Os Originais do Samba, daí o seu andar malandro, sua gíria suburbana e seu jeito simples de falar. No humor, marcou época. De coadjuvante, tornou-se ao lado do também genial Zacarias, a alma dos Trapalhões.
Apesar do estereótipo que com freqüência representava no humorístico, o do negro engraçado, bêbado e vagabundo, Mussum enobreceu a raça negra com seu talento e sua pulsante e veia artística.
O Kid Mumu da Mangueira, como ele mesmo se chamava, tirou onda e se esbaldou no sol que conquistou. Dos batuques na quadra da Escola de Samba Primeira Estação de Mangueira, passando pelo swing dos Originais do Samba até chegar ao seu humor espontâneo frente às câmeras da principal emissora do país, seu bronzeado ficará para sempre na história da TV e da música brasileira.
Cacildis! Quanta Saudadis!