sexta-feira, 22 de maio de 2009

Passarela Verde e Amarela


Multicultural, mestiço e miscigenado, o Brasil, terra de brancos, negros, índios, pardos e mulatos, é sem dúvida, um país caricaturado.

Sem face, sem passe, sem eira e nem beira, quis a elite brasileira que se esbranquissase.

Essa falsa padronização, que fere inclusive as leis da natureza, começou no mercado de trabalho, foi para as salas de aula e hoje atinge até o mundo da beleza.

Agora, nas passarelas, o pedido é por mais donzelas que representem a miscigenação brasileira.

Dizem que disponibilizarão 10% de representatividade, mesmo sabendo que dos 190 milhões brasileiros somos quase a metade.

Azar das grandes grifes, marcas e designers, que tentam em vão representar nossa tropicalidade, quando no fundo mascaram a nossa escura realidade.

Azar do varejo, pois na era da imagem, vestimos o que vemos, mesmo sem dinheiro, temos bom gosto e somos vaidosos o ano inteiro.

Quem perde também é a modelo, que precisa do dinheiro, mas só encontra mercado no estrangeiro.

Onde é reconhecida por sua mulatocidade, pernas longas, cintura fina e brasilidade.

Minha grife não esconde as raízes da sua origem, tem o branco, tem o preto e o aborígine.

Tá na rua, tá na pista, tá no show, sem imoralidade passa a bola e faz o flow!

A questão não é de cota, nossa cara não é esmola. Preto quer escola e não saco de cola!