quarta-feira, 1 de abril de 2009

Talese, tá easy, tá loco! O Contador de notícias.


Durante minhas aulas no curso de jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo, uma coisa que me marcou muito, além das amizades construídas, das cervejas entornadas e das belas mocinhas que conheci, foi ser apresentado a um gênero jornalístico até então totalmente desconhecido para mim, o “New Journalism” (gênero que mistura narrativa literária e técnica jornalística).

Foi como achar a tampa da panela, já que por mais esforço que fizesse, meus mais miúdos textos (ou melhor, histórias) não tinham menos de uma lauda. Aliás, fui muito repreendido por esta característica, não só durante as aulas como principalmente nos primeiros estágios que fiz.

Porém, noticiar acontecimentos desestruturando a fórmula norte-americana do Quem, Quando, Onde, Como e Porque, nunca foi uma exclusividade. Milhares de aspirantes a jornalistas (ou mesmo jornalista profissionais) cultivam essa peculiaridade.

Narizes de cera a parte, foi nesta época estudantil e de efervescentes descobertas jornalísticas e literárias, que conheci a obra do jornalista e escritor Gay Talese, considerado o pai do New Journalism.

Li e re-li seus textos (às vezes forçadamente), e mais do que passar a compreender as mil e uma facetas do jornalismo, me identifiquei muito com seu modo de produção. Talese me apresentou as delícias das grandes reportagens.

Inovador, detalhista e emocionante, sem ser maçante, os textos de Gay Talese, que misturam jornalismo e literatura foram fundamentais para o meu auto-conhecimento como jornalista.

Por isso, foi com satisfação que recebi na manhã de quarta-feira (1º), a notícia de que Talese confirmou sua presença na Sétima edição da Festa Literária Internacional de Paraty, a FLIP, que acontecerá entre os dias 1º e 5 de julho.

É uma honra para nós brasileiros, especialmente jornalistas, termos a oportunidade de ouvir, quem sabe até trocar uma idéia, com um cara desse gabarito.


+ INFO:
www.pt.wikipedia.org/wiki/Gay_Talese