quarta-feira, 16 de março de 2011

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O surgimento da imprensa negra paulista está intimamente ligado ao fortalecimento dos movimentos sociais afro-brasileiros no estado de São Paulo no início do século XX. Com o objetivo de lutar pela cidadania recém-adquirida, essas organizações, genericamente conhecidas como Movimento Negro, passaram a se estabelecer de maneira mais seqüente e organizada quando se tornaram claramente perceptíveis os objetivos e a maturidade de seus dirigentes.
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A imprensa negra é aqui entendida como o conjunto dos jornais que foram
publicados a partir do século XX com a intenção de criar meios de comunicação, educação e protesto para os leitores aos quais se dirigia.
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Embora tenha sido concebida com o objetivo de atingir um público preferencialmente segmentado, a imprensa negra se propagou para leitores diversos, se destacando tanto no sentido de combater o preconceito racial em suas múltiplas manifestações quanto para tentar afirmar socialmente os negros, seja pela instrução, seja pela luta contra o que, para alguns, era tido como apatia.
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Neste sentido, os periódicos da imprensa negra foram um instrumento para a maior integração deste grupo na sociedade republicana das primeiras décadas do século XX.
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A compreensão deste movimento, aqui denominado como imprensa negra, foi fundamental para o surgimento da revista O Menelick 2º Ato – Afrobrasilidades & Afins, que nasceu fisicamente em maio de 2010 (desde 2008 a publicação existe como blog, no endereço: www.omenelicksegundoato.blogspot.com).
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Reeditar, ou, resgatar a história da imprensa negra paulista quase um século depois do seu surgimento, revelar a São Paulo negra e ser um instrumento para que os moradores e visitantes da cidade se apropriem das instituições, lugares de memória, centros de referência, movimentos culturais e artistas vinculados (direta ou indiretamente) à história e à cultura afro e afro-brasileira na cidade foram os motivos centrais que desencadearam a elaboração do projeto que culminou na revista O Menelick 2º Ato.
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Este propósito é cumprido à medida que os textos (reportagens, ensaios, artigos, resenhas e perfis), fotos e ilustrações da publicação, invariavelmente, abordam o universo artístico afro e afro-brasileiro produzido, especialmente, na cidade de São Paulo, apresentando, difundindo, contextualizando e, assim, aproximando manifestações, movimentos e protagonistas destas produções do público.
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ATELIÊ OÇO
PRAÇA CARLOS GOMES, 115 .

LIBERDADE/ SP