segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

NA BEIRA DA LAGOA

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Anfíbio urbano.
Sujeito do dia, da noite e do mundo.
Da rua à sala de jantar.
Do museu à esquina de bar.
Um pato à beira da lagoa.
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O paulistano André Monteiro, vulgo Pato, integrante do diminuto grupo de graffiteiros da cidade de São Paulo que tem vigor e repertório estético para atuar tanto nos muros e marquises da cidade como nas telas e murais de galerias e ateliês, é o autor da colorida e bem humorada ilustração que estampa a capa da edição 04 da revista O Menelick 2º Ato.
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Artista plástico, grafiteiro, artesão. Pato é conhecido pela originalidade dos seus graffitis, invariavelmente coloridos e lúdicos, muitos dos quais podem ser vistos pelas ruas da Vila Madalena.
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Multifacetado, quando artista plástico se destaca por suas telas (há quem compare a ludicidade de seus trabalhos ao do artista plástico Hélio Oiticica), quando artesão pela requintada tridimensionalidade de suas criativas engenhocas interativas. Criadas a partir de elementos como madeira, arame, elásticos de escritório, lata, prego e parafuso, as esculturas encantam pela agradável disposição de cores, riqueza de detalhes e a capacidade de agradar públicos avessos ao modelo de arte tradicional.
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Com influências que vão do popular ao erudito, Pato já integrou o hyppado cast da Famiglia Baglione e coleciona exposições em lugares como MUBE (Museu Brasileiro da Escultura) e Ocontemporary, em Brighton, Inglaterra.
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A proximidade entre o artista e a revista se estabeleceu a pouco tempo, em meados de setembro de 2010, especificamente durante a festa de inauguração de um ateliê na Vila Madalena. Lembro-me que conversamos pouco e bebemos muito, mas o suficiente para que amarrássemos uma parceria futura que culminou na bela capa da edição 04 da revista O MENELICK 2º ATO.
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Quén Quén!
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ENTREVISTA
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Nome?
André Monteiro
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Idade?
34
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Pato?
Ganhei este apelido no colégio, na época havia uma senhora que apelidou quase todo mundo da sala. Acabou pegando.
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Quebrada?
Vila Isa, desde que nasci. Zona Sul de São Paulo.
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O que pensou em produzir para a capa da revista quando falamos sobre a utilização de elementos que remetessem ao carnaval?
Quando vocês me sugeriram este tema, logo me veio a idéia do bacanal. É a segunda vez que faço esta alegoria, a primeira foi na Bienal internacional de graffiti no MUBE. Vejo constantemente pessoas se valendo de sua beleza para se impulsionar na vida. Tipo carnaval o ano inteiro na terra da Gozolandia ou Em busca do "cálice" sagrado.
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Depois de um ano dedicando-se ao Projeto Cidade Escola Aprendiz, onde você coordenou, e retomou, os projetos de graffiti da ONG, você deixou o projeto. Quais são os planos para 2011?
Uma coisa é certa, não trabalharei nunca mais com grafiteiros e pichadores!(sic). Foi um trabalho bem complicado porque o lugar estava um tanto "Terra de Ninguém" e tive que fazer política o tempo todo. No fim me ajudou tomar coragem para encarar a empreitada de somente produzir este ano. Sempre trabalhei com algo garantido para me sustentar, dá um pouco de medo, mas acho que demorou.
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A fantasia e o humor são expressões latentes no seu trabalho. Você acredita que o lúdico ajuda as pessoas a entender melhor nossa sociedade? Porque?
Na verdade acredito que a metáfora, o alegórico e o lúdico, tiram o espectador da passividade fazendo-o refletir sobre questões que podem ser aplicadas a sociedade. Tais como: Vida e morte, sexo, família, amizade, etc... Muitas vezes obras consideradas ficcionais retratam de forma alegórica e porque não dizer crônica o comportamento daquela época.
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Quais suas principais referências (independente da área de atuação dessas pessoas) para a produção de telas, murais, instalações e outros trabalhos artísticos?
Cresci lendo muito quadrinhos underground, Crumb, Angeli, Shelton,Glauco e etc. Vi muito desenho animado, Pica-pau, Tom e Jerry, Danger Mouse, Dom Drácula, entre outros. Hoje desenvolvi uma linguagem pessoal e consigo me valer dela para comunicar minhas idéias e reflexões.
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Desde quando você tem afinidade com o 3D. Quer dizer, com a produção de trabalhos que envolvem madeira, martelo, prego?
Acho que desde de criança... Tive um tio avô que construía brinquedos com qualquer coisa, fazia o diabo com quase nada. Depois, fiz parte de um grupo de fantoche, trabalhei com cenografia, cinema, fotografia... Percebi que me atraia pela resolução criativa de traquitanas, engenhocas e gambiarras. Sempre gostei de animação o que me levou a algumas tentativas, comprei até uma câmera de cinema 16mm que uso até hoje. Com o tempo consegui desenvolver uma animação mais barata que são as caixas cinéticas que exponho.
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Como foi integrar a 1ª Bienal Internacional Graffiti Fine Art, que rolou no MUBE, em 2010?
Foi uma honra. O mais legal foi passar diversas noites pintando em companhia de vários mestres.
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Como você avalia o nível dos graffitis expostos nas ruas de SP? A banalização ou, a popularização desta manifestação descaracterizou o movimento? Ou, pelo contrário, o maior número de adeptos o fortaleceu?
Tem muita gente nova que pensa somente na quantidade e esquece a importância do estilo original. Fora aqueles desavisados que estão de passeio e alastram seus trabalhos por todos os lados, pintando ao lado de outros trabalhos bons só para aparecer na foto que vai postar no Facebook.
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Como as pessoas podem ter acesso ao seu trabalho?
www.fotolog.com/patologico. Ou na Galeria Jaqueline Martins, na Vila Madalena, em São Paulo.
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Alguma coisa que não lhe foi perguntada e que gostaria de dizer?
Não.

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www.fotolog.com/patologico
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