domingo, 9 de janeiro de 2011

SP.R4P.ZERO.11

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O Rap talvez seja hoje, no país, o estilo musical (sim! o Rap também, é música!) com maior capacidade de transformação de um indivíduo. Para o bem e para mal, diga-se de passagem.
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Caracterizado pela sobreposição do texto sobre a música propriamente dita, sua melodia e delírios sensoriais; os versos e rimas do Rap saltam aos ouvidos. Assim, a letra, na maioria das vezes longe de clichês e imposições da indústria cultural, brota do coração, transformando-se em manifesto nas vozes de famintos jovens obcecados pela vida e pelo ritmo.
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O cinza cotidiano esmorece ao ver o colorido que tem.
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Mais contundente voz da periferia é, ao mesmo tempo, espelho para os seus como notícia para os “outros”.
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Sua relevância e eficiência em transformar vidas e revelar uma identidade há quem jamais havia se observado, e observado ao seu redor, deveria ser mais respeitada.
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Sorte aqueles que, livres de preconceitos, se deixam amarrar pelo som.
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ZERO.11
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Maior e mais populosa cidade da América Latina, São Paulo segue a risca sua heterogeneidade geográfica e humana também na música, e com o Rap não é diferente.
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Este ensaio, que em parte foi exposto nas cidades de Paris e Amabres et La Grave, na França, em 2009, captou parte da efervescência da noite rap paulistana durante os anos de 2007, 2008, 2009 e, mais rescentemente, em 2010. Período que o ritmo, assim como hoje, era sinônimo de intensidade nos clubes e festas do centro da cidade. Seu braço periférico é verdade, desde o início dos anos 2000, já havia conquistado com méritos espaços e públicos diversos.
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Assim, esta mostra, sabedora das suas limitações históricas, veste-se de cunho documental para celebrar artistas e protagonistas do Rap paulistano. Zero onze por natureza.