Barba por fazer, óculos, chapéu, faixa (por baixo do chapéu, estilo gangsta rap), munhequeira, calca larga e camisão. Chegou, observou, comprimentou algumas pessoas e sentou-se. Estava acompanhado da esposa e, ao seu lado, escolheu as ultimas fileiras do acanhado Teatro para ver o filme. Ainda faltavam alguns minutos para o inicio da exibição e as poltronas, em sua maioria, estavam vazias.
Derrepente as luzes se apagam e os tradicionais trailers começam a ser exibidos. Olhos fixos no telão. Atenção a cada cena. Ele precisava observar os detalhes do longa nacional “Os 12 Trabalhos” – de Ricardo Elias, afinal, iria comentá-lo.
Exatos 90 minutos depois e a exibição termina, as luzes do Teatro são acesas. Solitário, ele se levanta, sobe ao palco, puxa uma cadeira, uma mesinha, pede uma garrafa de água, ajeita as calcas e senta-se.
Na platéia, as cerca de 30 pessoas (entre homens, mulheres, jovens e mais coroas) aproximaram-se do palco. Ansiosas, conversam e observam os movimentos do convidado enquanto aguardam a largada para dar inicio aos questionamentos. Queriam saber os pontos de vista, o que pensa e o que acha aquele jovem rapaz.
O sinal verde foi dado minutos depois de todos se acomodarem nas primeiras poltronas. Uma das moças envolvidas na organização do evento anunciou:
“bom, este é o projeto Crônicas da Cidade, do SESC, e que através de duas linguagens artísticas, no caso a literatura e o cinema, pretende promover uma reflexão sobre São Paulo.
Por isso, após a exibição de filmes que retratam a capital paulista, como este que vocês acabaram de ver, um escritor convidado conversa sobre desencontros, utopias, paulicéia poética, do trânsito de idéias, submundo paulistano, morte e vida com a platéia.
O escritor convidado de hoje é o Ferréz. Quem quer começar a perguntar?”
Foi assim que conheci o Ferréz Periferia, como ele mesmo se intitula. O encontro rolou na noite de quinta-feira (22), no SESC Ipiranga.
Dono de um humor inteligente, bem informado e defensor dos “sem dinheiro por enquanto”, Ferréz ficou por cerca de uma hora respondendo perguntas e expondo pontos de vista.
Após a sessão, peguei ele de orelha. Falei sobre minhas pretensões ali e ele topou conversar mais um pouco, desta vez sobre ouros temas que não o filme. Atencioso, iniciamos a conversa, que terminou no outro dia após ele responder um e-mail.
Segue aí o Raio – X!
Derrepente as luzes se apagam e os tradicionais trailers começam a ser exibidos. Olhos fixos no telão. Atenção a cada cena. Ele precisava observar os detalhes do longa nacional “Os 12 Trabalhos” – de Ricardo Elias, afinal, iria comentá-lo.
Exatos 90 minutos depois e a exibição termina, as luzes do Teatro são acesas. Solitário, ele se levanta, sobe ao palco, puxa uma cadeira, uma mesinha, pede uma garrafa de água, ajeita as calcas e senta-se.
Na platéia, as cerca de 30 pessoas (entre homens, mulheres, jovens e mais coroas) aproximaram-se do palco. Ansiosas, conversam e observam os movimentos do convidado enquanto aguardam a largada para dar inicio aos questionamentos. Queriam saber os pontos de vista, o que pensa e o que acha aquele jovem rapaz.
O sinal verde foi dado minutos depois de todos se acomodarem nas primeiras poltronas. Uma das moças envolvidas na organização do evento anunciou:
“bom, este é o projeto Crônicas da Cidade, do SESC, e que através de duas linguagens artísticas, no caso a literatura e o cinema, pretende promover uma reflexão sobre São Paulo.
Por isso, após a exibição de filmes que retratam a capital paulista, como este que vocês acabaram de ver, um escritor convidado conversa sobre desencontros, utopias, paulicéia poética, do trânsito de idéias, submundo paulistano, morte e vida com a platéia.
O escritor convidado de hoje é o Ferréz. Quem quer começar a perguntar?”
Foi assim que conheci o Ferréz Periferia, como ele mesmo se intitula. O encontro rolou na noite de quinta-feira (22), no SESC Ipiranga.
Dono de um humor inteligente, bem informado e defensor dos “sem dinheiro por enquanto”, Ferréz ficou por cerca de uma hora respondendo perguntas e expondo pontos de vista.
Após a sessão, peguei ele de orelha. Falei sobre minhas pretensões ali e ele topou conversar mais um pouco, desta vez sobre ouros temas que não o filme. Atencioso, iniciamos a conversa, que terminou no outro dia após ele responder um e-mail.
Segue aí o Raio – X!
Nome e Sobrenome
Ferréz Periferia
Idade
33
Casado
sim
Filhos
1 menina
Quebrada
Jardim Amália
Hoje
Dirigindo a marca 1dasul, a editora L.M e fazendo um novo romance.
Objetivo das obras
objetivo é contar histórias, promover debates, trazer inquietudes, alcanço gente bem diferente, de mega empresários a tiazinha do café, e gosto de ser assim, de fazer textos para todos.
Barack Obama
ao contrário de todos, não ligo, a política excludente americana não mudará por um só homem, sendo ele presidente ou não, a história prova isso, veja o Brasil.
Literatura Marginal (L.M)
O projeto existe desde 1999, começou junto com a 1dasul, um selo que promove novos autores, contestadores e de todos gêneros e locais periféricos desse pais, começou como revista, em 2001 saiu a primeira, já lançamos 44 autores, e agora virou editora, o primeiro livro sai esse ano, por R$5 em todo lugar que for vendido. a idéia principal é espalhar cultura como pão, não como caviar.
Escritores da periferia
A periferia já provou muitas vezes que tem força para produzir bons escritores, desde o samba, rap, rock até a alta literatura, como Lins, Carolina de Jesus, e lá fora também como Gorki.
2009
um dvd contando minha história, chamado Literatura e Resistência, e tocar a 1dasul e o selo L.M além do meu livro novo "Deus foi almoçar".
Rap
Continuo compondo, mas não penso em fazer outro cd no momento.
1DASUL
uma marca de roupa, que faz tudo aqui na quebrada e é vendida aqui, produzida e comercializada pela quebrada, auto sustentação, sem depender de predador nenhum.
Preconceito (brancoXbrancoXpretoXpretoXbranco) na Periferia
ainda vejo o negro sofrendo mais que o branco, o preconceito também vem do pobre, desde chamar de baianinho até de neguinho, sempre é assim, difícil mudar, mas agente tenta.
O gosto pela leitura X Vida Bandida
pratico terrorismo, sou criminoso, trafico informação, tenho porte ilegal de inteligência, contrabandeio debates, descobri o gosto pela leitura, tentando respirar, então devorei Hesse, comi Gorki e bebi Flaubert, com pitadas de Plínio Marcos e Lima Barreto.
Inspiração
em tudo, na exclusão, no olhar do mendigo, no vidro fumê do carro importado e na ausência de amor.
Experiências com Cidade dos Homens, 9mm e Manos e Minas
muita coisa né? mas isso tudo dá fama mas não dinheiro, a realidade é que vendo bonés, e camisas para viver, foi legal ter feito trabalhos assim, mas prefiro escrever os livros, acho mais digno.
Considerações finais
o estudo é o escudo, contra o sistema estúpido, nunca acredite em entrevistas, muito menos nessa, consciência é a chave, então leia e releia os clássicos e os marginais, isso só tá bom, o resto é enrolação.
Axé,
Ferréz
+ INFO
ferrez.blogspot.com