quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MLK

Martin Luther King Jr, filho do casal Martin Luther King e Alberta Williams King, foi um dos mais famosos líderes do movimento americano pelos direitos civis e defensor da resistência não violenta contra a opressão racial da historia. King nasceu no dia 15 de janeiro de 1929, em Atlanta, Estados Unidos. Formou-se em Sociologia, no Morehouse College, em 1948. No Morehouse, teve como mentor Benjamin Mays, conhecido ativista dos direitos civis. Em 1951, King formou-se no Seminário Teológico Crozer, em Chester, Pensilvania. No dia 18 de junho de 1953, casou-se com Coretta Scott King, com quem teve quatro filhos.
Em 1954, se tornou pastor da Igreja Batista, em Montgomerry, Alabama. Em 1955 tornou-se PhD em Teologia Sistemática pela Universidade de Boston, razão do uso comum do titulo de Doutor.

Os estudos de King, tanto em Crozer como em Boston, levaram-no a analisar os trabalhos do líder pacifista indiano Mohandas Karamchand Gandhi, cujas idéias se tornaram o núcleo da sua própria filosofia sobre o protesto não violento


King ficou mundialmente conhecido na luta em defesa dos direitos civis em razão de um episodio ocorrido em 1955, nos Estados Unidos, quando Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. King chegou a ser preso e viu sua casa atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a discriminação racial em transporte público.

O boicote de Montgomery foi uma vitória do protesto pacifista, e King emergiu como líder altamente respeitado. Como conseqüência os clérigos negros de todo o Sul fundaram a Conferência de Lideranças Cristãs do Sul (SCLC - Southern Christian Leadership Conference), cujo objetivo foi organizar o ativismo em torno da questão dos direitos civis. King foi nomeado presidente da Conferencia, posto que manteve-se à frente até sua morte.

A CLCS era composta principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas Batistas. Em uma visita à Índia em 1959, King pôde compreender melhor o que entendia por Satyagraha, o princípio de persuasão não violenta de Gandhi, que King estava determinado a empregar como o seu principal instrumento de protesto social. Posteriormente percebeu-se que a ação foi fundamental para impulsionar os direitos civis ao posto de principal assunto político tratado nos EUA a partir do começo da decada de 1960.

Foi justamente neste período que King organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).

Apesar de utilizar princípios do protesto não-violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos - invariavelmente essas “autoridades” retaliavam de forma violenta.

A CLCS também participou dos protestos em Alabany (1961/62), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reação prudente das autoridades locais; a seguir participou dos protestos em Birmingham (1963), e do protesto em St. Augustine (1964).

Em 14 de outubro de 1964, King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.

Em março de 1965, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até a capital do Alabama, Montgomery. Duas delas foram frustradas. Na primeira, em 7 de marco, marcharam 525 pessoas por apenas 6 blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país, e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou desta marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense, e não deu sua aprovação para a marcha tão precoce.


A segunda, realizada no dia 9 de marco, foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma ação que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Este ato tresloucado causou surpresa e indignação de muitos ativistas locais.

A marcha finalmente se completou na terceira tentativa (25 de marco de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Jonhson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão "Black Power".

Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que inicialmente deveria ser uma marcha de protesto, mas depois de discussões com o então presidente Jonh F. Kennedy, acabou se tornando quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) - o que irritou bastante ativistas mais radicais e menos ingênuos.

A partir de 1965, o líder negro passou a duvidar das intenções estadunidenses na Guerra do Vietna. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempenhavam na guerra. Em 1968 King e a SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.

Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.

Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. A data é um dos três feriados nacionais dos Estados Unidos em comemoração a uma pessoa. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.


Sites e referências bibliograficas

- http://www.thekingcenter.com/

- http://www.portalafro.com.br/

- http://www.lutherking.hpgvip.ig.com.br/

-BENNETT, Lerone. What manner of man; : a biography of Martin Luther King, Jr. New York : Pocket Books, 1968

- BRANCH, Taylor. Parting the waters : America in the King years. New York : Simon and Schuster, 1989