domingo, 26 de dezembro de 2010

Cada qual uma África

Fotos Arthur Costa
www.flickr.com/photos/arthurgcosta
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Filho do lendário criador do afrobeat, Fela Anikulapo Kuti, o cantor, tecladista e saxofonista Femi Kuti (nascido em Londres, em 1962, e criado na Nigéria) participou nos dias 18 e 19 de dezembro do projeto Batuque - Conexão África-Brasil, que rolou no Sesc Santo André, em São Paulo.
Vibrante e politizado tal como o pai, Femi, conhecido como o "príncipe do Afrobeat", leva nas letras das suas canções e nas coloridas vestimentas com as quais desfila nos palcos o legado iniciado por Fela Kuti nos anos 70.
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Unindo funk, percussão, jazz, balanço e suingue ao extremo, Femi exalta o compromisso com as questões sociais que assolam a África herdados de Fela sem deixar de expandir as fronteiras estéticas do afrobeat, ao incluir em sua discografia parcerias com artistas de diversos outros estilos, como os rappers Common e Mos Def, por exemplo.

Femi acrescenta a bem sucedida fórmula de Fela a frescura e exuberância de uma Lagos (cidade localizada no sudoeste da Nigéria) jovem, e seu gosto pelo novo R&B e dance music da América e da Europa.
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Nas apresentações no Brasil, acompanhado de uma banda formada por 10 músicos e três dançarinas, o performático Femi não decepcionou e pôs o Sesc a baixo com as dançantes canções do seu mais recente álbum Africa for Africa.
Se por um lado o suingue dos músicos em cima do palco foi capaz de colocar no chinelo o mais percussivos dos grupos afro-baianos, por outro lado, o público brasileiro mostrou para Femi a África que ele não conhecia.
Afinal, sérios problemas sociais, desigualdade racial, políticos corruptos, ritmo e uma maioria negra e mestiça nós também temos. A África é aqui.

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www.myspace.com/femikuti