James Brown desacreditou quando viu a performance ao vivo de Fela Kuti e a banda Afrika 70, em Lagos (Nigéria), em 1970. “A banda dele tinha um ritmo forte. Meus músicos absorveram aquele som”, escreveu o norte-americano em sua autobiografia. Em entrevista ao site radiolaurbana.com.br, Tony Allen (baterista da Afrika 70) lembra que o diretor musical de James Brown tentou desesperadamente decifrar os movimentos da bateria, com anotações.
Fela Kuti desacreditou quando viu a performance ao vivo de Geraldo Pino e a banda Heartbeats, em Lagos (Nigéria), em 1966. “Esse cara deixou Lagos em pedaços. Ele colocou toda a Nigéria no bolso. Me deixou de quatro. Esse cara de Serra Leoa era demais, nunca vou esquecê-lo. Ele fazia tudo que eu nunca tinha feito”, disse o nigeriano ao seu biógrafo, Carlos Moore.
Brown já impressionava o mundo desde o começo dos anos 60. O balanço e o discurso de orgulho negro tinham efeitos ainda mais explosivos na África oprimida. Pino e Fela assimilaram essa influência e criaram algo novo. Talvez desafiado pela força dos Heartbeats, Fela buscou obstinadamente a própria identidade sonora, liderou a revolução do afrobeat e tornou-se o maior artista africano da história. Se o queixo dele caiu em 66, quatro anos depois seria a mandíbula do ídolo norte-americano que despencaria. Impressionar os impressionantes é para poucos.
Quarenta anos depois, Geraldo Pino é o personagem menos louvado da tríade. Sua música pouco repercutiu fora da África. Em 2005, a gravadora Soundway fez um grande favor para os ouvintes do ocidente dito civilizado e lançou dois álbuns do músico. “Afro Soco Live” (1972) e “Let´s Have A Party” mostram que o queixo de Fela não despencou à toa: cercado de músicos afiados, Pino assimilou os ensinamentos de Brown, misturou com a diversidade rítmica africana e fez da música dançante e festiva um veículo para o discurso por uma África livre e unida. São dois álbuns essenciais para entender o funk africano. Ambos estão fora de estoque, mas podem ser encontrados em sebos e na internet. Cace-os!
Quarenta anos depois, Geraldo Pino é o personagem menos louvado da tríade. Sua música pouco repercutiu fora da África. Em 2005, a gravadora Soundway fez um grande favor para os ouvintes do ocidente dito civilizado e lançou dois álbuns do músico. “Afro Soco Live” (1972) e “Let´s Have A Party” mostram que o queixo de Fela não despencou à toa: cercado de músicos afiados, Pino assimilou os ensinamentos de Brown, misturou com a diversidade rítmica africana e fez da música dançante e festiva um veículo para o discurso por uma África livre e unida. São dois álbuns essenciais para entender o funk africano. Ambos estão fora de estoque, mas podem ser encontrados em sebos e na internet. Cace-os!
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radiolaurbana.com.br
LEIA
Felá: This Bitch of a Life (biografia autorizada de Fela Kuti)
Autor: Carlos Moore
Editora: Lawrence Hill Books
1985
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