Na manhã desta segunda-feira (08), a jovem Caroline Pivetta da Mota, 23 anos, verá pelo 43º dia consecutivo o sol nascer quadrado. Presa na Penitenciaria Feminina de Santana, ela foi uma das 40 pessoas que no dia 26 de outubro, picharam as paredes do prédio da 28º Bienal Internacional de São Paulo, no Parque do Ibirapuera.
Na ocasião, o que transpareceu para quem não estava diretamente envolvido no caso (pelo menos pra mim), foi que a ação, na verdade, foi uma reação; à suposta decadência do evento, também ao fato que teriam sido gastos cerca de R$10 milhões para manter todo um andar do prédio vazio (ou melhor, pela “Arte”).
Não vi a intenção de autopromoção do grupo ao invadir a Bienal, tampouco que houvesse interesse de terceiros (como chegaram a comentar). Vi tudo como uma afronta ao que fora defendido e exposto no evento. Apesar do curador da mostra, Ivo Mesquita, ter declarado anteriormente ao ataque que a Bienal precisa passar por um "realinhamento de perspectiva".
Se a Caroline foi “Pivetta” (sic)? Acho que não. E os demais? Tão pouco. Excesso ou deturpação do idealismo? Talvez. Rebeldia sem causa? A probabilidade existe.
Porém, muitos “artistas” ficam livres por pecados muito mais obscuros.